segunda-feira, 16 de julho de 2012

E essas salas 4DX e Macro X.E. que chegaram a Salvador?

Por João Paulo Barreto

Fotos: Divulgação
Sala  4DX. Observe os suportes p/ os pés e os encostos c/ equipamentos para borrifos
A convite da assessoria de imprensa do grupo Cinépolis, representada pela carismática Maria Fernanda Menezes e do crítico de cinema João Carlos Sampaio, o Película Virtual teve acesso às duas cerejas do bolo na inauguração do mais novo complexo da rede em Salvador BA: as salas 4DX e Macro X.E. 

Com um processo de tecnologia que impressiona, a primeira é um tipo de espetáculo onde o produto audiovisual é apenas um detalhe. Os verdadeiros astros para quem topar a sessão são os efeitos de complementação ao filme, que vão desde ventos, aromas, efeitos luminosos a borrifadas de água oriundas do encosto da poltrona da frente. Falar das poltronas é um caso à parte. Segundo o presidente do grupo Cinépolis no Brasil, Eduardo Acuña, cada uma delas chega a pesar trezentos quilos e foram instaladas no cinema em um processo “que lembrou a construção das pirâmides”, com rolamentos de madeira para levá-las até os locais mais distantes da tela até que cada uma estivesse fixada em seu local correto dentro da sala. Com suportes para os pés e uma total sincronia com os efeitos do filme, as poltronas fazem o espectador sentir as tremulações e interagir com as emoções que os personagens estão sentindo naquele momento. Durante a projeção, os movimentos de chacoalhar impressionaram.

No caso da sessão em que estive presente, a de A Era do Gelo 4, longa repleto de momentos em que os protagonistas se aventuram em quedas, voos e mergulhos, as poltronas nos faziam entrar no filme, causando um impacto maior do que o próprio 3D, proposto originalmente pelo longa. Obviamente, o alvo principal dessa novidade é o público infantil, que deverá curtir os efeitos do começo ao final da projeção. Os adultos (eu me incluo nessa leva), acabam perdendo o elemento surpresa da tal quarta dimensão após a primeira meia hora de filme. Não que seja um problema, uma vez que quem se aventurar com os filhos e (no meu caso) sobrinhos na sala, terá na contínua empolgação dos pequenos um plus para aproveitar ainda mais a sessão.

Acuña explicou que não serão todos os filmes que terão exibição na sala 4DX. Algo que, claro, já era previsível, uma vez que não são todas as obras com potencial para boa adaptação aos efeitos que o 4DX oferece. “Nós pretendemos relançar filmes como Os Vingadores, Avatar e Titantic na sala 4DX. No momento, além de A Era do Gelo 4, temos já adaptado à sala o longa Prometheus, de Ridley Scott ”, explicou o presidente. Após sair da sessão do mamute Manny, da preguiça Syd e do tigre Diego, percebi que esse tipo de tecnologia deveria ser implantada somente a filmes de apelo infantil e com 90 minutos, no máximo, de duração, uma vez que o impacto é perdido após certo tempo. Mas, friso, as crianças (verdadeiros alvos dessa nova demanda) vão querer ficar lá dentro por horas.

Tela com mais de 200 m² e som com alcance de até 13 mil watts e dois projetores 4 k: certeza de espetáculo em Salvador
No que se refere a cinema em sua essência, o verdadeiro motivo de empolgação da visita hoje foi a sala Macro X.E. Ao entrar no ambiente e se deparar com a tela de mais de 200 m² e a informação de que o sistema de som alcançaria a potência de 13 mil watts e com dois projetores 4k com absurdo alcance de nitidez, confesso que a 4DX ficou em segundo plano. A Macro X.E. (sigla para “extrema experiência”) promete se equiparar ao IMAX, cuja tecnologia já está presente em diversos cinemas do mundo. Acuña afirmou que só existem 30 salas de projeção com a tecnologia Macro X.E. no mundo, o que torna ainda mais surpreendente o fato de uma delas estar aqui em Salvador, no Shopping Bela Vista.

Perguntei ao presidente do grupo Cinépolis sobre as intenções da empresa no que tange às famigeradas projeções de filmes dublados. Claro, a pergunta já possuía um respaldo econômico, uma vez que é notório que o público vem preferindo as versões dubladas. Porém, preferi argumentar com o CEO que outros estabelecimentos, como o Cinemark, procuram manter salas exibindo sessões legendadas de forma integral. Segundo ele, o Cinépolis pretende respeitar seu público mantendo a vontade da maioria, porém, sempre haverá pelo menos uma sessão legendada. Observando o perfil do espectador de hoje em dia, não é muito difícil prever que a maioria das salas terão apenas sessões dubladas. A boa notícia é que, segundo Acuña, haverá sessões de filmes cults. E legendados.

O saldo final da visita foi positivo. Com nove salas 100% digitais e com a maior tela da cidade, a empolgação ao sair do complexo foi grande. Fica a expectativa para ver o Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge possa ser testemunhado (sim, testemunhado!) na Macro X.D.

10 comentários:

  1. Todos os links á direita estão dando erro.

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  2. Em minha humilde opinião, a tecnologia 4DX desvirtua totalmente o processo de imersão do espectador no universo do filme, que é a essência da experiência cinematográfica. O plus nesse caso seria o "escândalo" que o público (cada vez mais mal educado!, diga-se) deve fazer a cada trepidação das cadeiras ou borrifada d'água. Com um exorbitante preço de R$55,00/sessão, acredito que a implantação destas salas vise tão somente o lucro. Definitivamente, nem pretendo conhecê-las.
    Já a sala Macro X.E., que traz uma evolução na qualidade de som e imagem realmente vale uma conferida e toda a empolgação.
    Sobre as sessões legendadas, a nova rede começou bem, mantendo uma divisão igualitária entre a exibição de filmes dublados e legendados. Esperamos que a empresa entenda que para respeitar TODO o seu Público PRECISA manter opções viáveis a todos os gostos e não satifazer a vontade de APENAS UMA PARTE dele, mesmo que seja a maioria.

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    1. Cinema sempre visa lucro. Uma pena que essa divisão igualitária não vá acontecer. Um brinde aos acéfalos frequentadores do cinema, afinal, é pela preferência deles a filmes dublados que a situação se baseia. Um mestre já dizia que a unanimidade é burra. Então...

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  3. "A Macro X.E. (sigla para “extrema experiência”) promete se equiparar ao IMAX." Qual seria a diferença entre as duas então?

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    1. De fato, Vitor, muito pouca. Teoricamente, as duas se equivalem por conta das dimensões da tela e qualidade de som. A não ser, claro, o fato de que algumas telas de IMAX na Europa chegam a ter 250m². Agora, para real aproveitamento da projeção da Macro XE, é necessário que a cópia seja proveniente do IMAX. A diferença está no tamanho da película, que é maior do que as convencionais (70 mm), tornando a imagem de projeção maior. Vi o novo Batman na Macro XE e me decepcionei, uma vez que a tela não estava totalmente preenchida. Possivelmente, se deve ao fato de que a cópia não era IMAX.

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  4. Oi, sou de Natal e fiz recentemente um análise das recém inauguradas salas do Cinépolis aqui. Gostaria de compartilhar com você.

    Cinéplois VIP:

    http://www.ricardofelix.com.br/#!cinpolis-vip/c1123

    Cinépolis Macro XE:

    http://www.ricardofelix.com.br/#!cinpolis-macro-xe/clmu

    Grato,

    Ricardo Felix

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  5. Bem que poderiam instalar no de Recife uma Macro XE e uma 4dx para fazer frente à sala IMAX que vai abrir no Shopping Recife.

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  6. Para entrar no comentario, Aqui em Sorocaba inaugurou o Cinepolis e tem uma sala macro XE, sinceramente não vi muita diferença é igual a imitação que o cinemark fez do Imax a tal sala XD. A Tela e grande mas não gigante , inclusive ela não é toda preenchida no filme, o som é bom mas nada de extraordinario. Dependendo do filme prefiro as Salas Originais Imax,principalmente do Shopping Boubon em SP.

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