(Risen, EUA, 2016) Direção: Kevin Reynolds. Com Joseph Fiennes, Tom Felton, Peter Firth, Cliff Curtis.
Por João Paulo Barreto
Tempo de Páscoa. No ano em que os tentáculos de certa indústria religiosa alcançou as telas dos cinemas nacionais, levando (ou pelo menos anunciando ter levado) milhares de fiéis, digo, espectadores às salas, uma sessão de um filme chamado Ressurreição que aborda a história do símbolo católico Jesus Cristo te deixa com um pé atrás.
Mas aí você lê que a direção é do Kevin Reynolds, o cara que nos trouxe coisas bem válidas como Robin Hood: O Príncipe dos Ladrões, O Conde de Monte Cristo e (vá lá) Water World – O Segredo das Águas. Além disso, tem o Joseph Fiennes, que, apesar de não ser o ator mais representativo a levar o sobrenome, pelo menos se esforça em projetos interessantes. Vendo isso, sua fé (sem trocadilhos) até se renova para começar a sessão. Ledo engano,
Mesmo com todos os sinais, Ressurreição não chega a ser um desastre. Em seus aspectos técnicos, é até bem sucedido com bons cenários, desenho de produção crível do período e boas atuações. Sua premissa também levanta certo interesse por, ao menos inicialmente, se manter dentro de uma análise pragmática da famosa ideia de um homem que volta à vida após três dias em uma tumba.
Clavius questiona sua própria opção de crença |
Sim, no começo, somos levados a achar que aquele poderá ser um longa que vai avaliar a questão dentro de um olhar de distanciamento religioso, sem descambar para a tentativa escancarada de evangelização do espectador (algo que Mel Gibson já havia feito em 2004 com bastante sadismo). E é isso que o filme, de fato, parece fazer. Ao menos inicialmente.
Na trama, o tribuno Clavius (espécie de comandante romano) vivido por Fiennes responde diretamente ao governador da Judéia, Pôncio Pilatos, que, pressionado pelo sumo sacerdote judeu e preocupado com os rumores de que a recém morte de Jesus contribuirá na mitificação do homem segundo o anúncio de sua volta ao mundo dos vivos em três dias, ordena que sua tumba seja selada.
Após o esperado desaparecimento do corpo, Clavius se torna responsável pela busca do cadáver a fim de evitar que a ideia de um messias possa ameaçar o império. Neste desenvolvimento, o longa parece, de fato, se apoiar em ideia críveis, deveras factíveis, o que torna o desenvolvimento dos seus dois primeiros atos bem convincentes, com a ideia de se exumar corpos e procurar o tal ladrão a ilustrar de modo razoável as decisões do tribuno.
Na trama, o tribuno Clavius (espécie de comandante romano) vivido por Fiennes responde diretamente ao governador da Judéia, Pôncio Pilatos, que, pressionado pelo sumo sacerdote judeu e preocupado com os rumores de que a recém morte de Jesus contribuirá na mitificação do homem segundo o anúncio de sua volta ao mundo dos vivos em três dias, ordena que sua tumba seja selada.
Após o esperado desaparecimento do corpo, Clavius se torna responsável pela busca do cadáver a fim de evitar que a ideia de um messias possa ameaçar o império. Neste desenvolvimento, o longa parece, de fato, se apoiar em ideia críveis, deveras factíveis, o que torna o desenvolvimento dos seus dois primeiros atos bem convincentes, com a ideia de se exumar corpos e procurar o tal ladrão a ilustrar de modo razoável as decisões do tribuno.
Porém, é justamente a partir desse momento que o filme descamba para uma tentativa dramática de convencer o espectador acerca das mudanças de seu protagonista, um comandante militar treinado física e psicologicamente, mas que se vê facilmente corrompido pela ideia de que, de fato, há um messias e que deve segui-lo.
Neste ponto, preciso esclarecer que esta análise não visa criticar a fé alheia ou a ideia de que, se real, a opção do personagem seria ou não equivocada. Mas, sim, o fato de que o filme erra quando opta por deixar de lado uma discussão que poderia ser bem mais profunda se abordasse aquela história a partir de uma óptica, volto a usar essa palavra, pragmática. Cientifica se for o caso.
Ao se propor a inserir a visão de um personagem incomum a todo aquele contexto, o roteiro de Reynolds e Paul Aiello trouxe para si uma responsabilidade louvável, que poderia acertar em cheio na originalidade de sua abordagem se baseando no lado crível daquele acontecimento. No entanto, com o apelo dramático do discurso religioso, preferiu permanecer em sua zona de conforto, sabendo agradar em cheio seu público alvo e perdendo uma excelente oportunidade de trazer uma discussão bem mais interessante do que a já manjada história que preferiu (re)contar.
Enfim, não é sempre que obras como A Última Tentação de Cristo surgem e nos trazem reflexões mais profundas.
Em tempo: finalmente um Jesus próximo fisicamente ao que realmente deve ter existido se observado o local onde nasceu o profeta. Cliff Curtis convenceu bastante na pele do homem. Só faltou que a escolha do elenco tivesse mais apuro e não escalasse atores com tão carregados sotaques ingleses. Nada menos convincente, excetuando, claro, a ideia de um homem voltar à vida três dias depois. Ops.
Cliff Curtis e sua presença física que complementa bastante a figura do profeta |
Se o filme mostrasse que Jesus não existiu, você ia acha digno de oscar certamente.
ResponderExcluirSe o filme mostrasse que Jesus não existiu, você ia acha digno de oscar certamente.
ResponderExcluirsenhor dos senhores por favor,que pelo menos esse filme abra os olhos
ResponderExcluirdas pessoas incrédulas e mortas no seu pecado,uma chance de evangelização apesar de não ser o melhor meio...querem conspirar, mas cristo vive até hj e sempre e estaremos diante dele naquele grande dia
Crítica com sútil ironia ao Cristianismo, e uma falha tentativa camuflada de se posicionar contra filmes de caráter Cristão.
ResponderExcluirCom o crescimento de produções de filmes Cristãos o tal Crítico vai acabar arrancando os cabelos, se é que os têm.
Crítica com sútil ironia ao Cristianismo, e uma falha tentativa camuflada de se posicionar contra filmes de caráter Cristão.
ResponderExcluirCom o crescimento de produções de filmes Cristãos o tal Crítico vai acabar arrancando os cabelos, se é que os têm.
Crítica com sútil ironia ao Cristianismo, e uma falha tentativa camuflada de se posicionar contra filmes de caráter Cristão.
ResponderExcluirCom o crescimento de produções de filmes Cristãos o tal Crítico vai acabar arrancando os cabelos, se é que os têm.
Lamentavelmente, de todas as ciências, apenas a teologia permanece prisioneira das igrejas, dos dogmas religiosos.
ResponderExcluirExistem teólogos mais ousados, mas são raros.
O filme "Ressurreição" parece não avançar ou ajudar no avanço da teologia do século XXI.
Amiguinho, falei de todas as religiões.
ExcluirTodas defendem dogmas que, por serem imexíveis, atrapalham a evolução da ciência teológica.
Uns acreditam que a mãe de Jesus sempre foi virgem, outros que Noé pôs todos os animais terrestres dentro de uma embarcação... e nenhum do dois grupos admite rever seus conceitos... assim não se evolui.
E vc perdeu a chance de de calarseu critico idiota. o filme é maravilhoso impactante e bem feitom ressurreiçao de Jesus abordada surpreendentemente. o emprego de critico na mina opiiao é um emprego de gente frustrada e sem perspectiva. Vc deve ser uma dessas.pessoas pelo quw escreveu sobre um filme perfeito
ResponderExcluirE vc perdeu a chance de de calarseu critico idiota. o filme é maravilhoso impactante e bem feitom ressurreiçao de Jesus abordada surpreendentemente. o emprego de critico na mina opiiao é um emprego de gente frustrada e sem perspectiva. Vc deve ser uma dessas.pessoas pelo quw escreveu sobre um filme perfeito
ResponderExcluirObrigado por sua opinião, Tula. No entanto, creio não ser muito "cristão" de sua parte criticar o trabalho de um profissional apenas por ele discordar do que você pensa. Não sei se o mais recomendado seja a pessoa se calar. Todos têm o direito de ter uma opinião. E essa era a minha em um espaço que é meu. Não pretendo apagar seu comentário porque a internet deve ser um lugar de diálogo. No entanto, creio que você poderia pensar um pouco antes de fazer insultos tão injustificáveis à minha profissão, para qual eu estudei muito e me sinto honrado por poder segui-la. Não há frustrações, ainda bem, e, como você pode acompanhar nos textos ao lado, há muitas perspectivas. Mas enfim, que bom que você acha o filme perfeito. Eu, diferente de você, não o acho. Mas não pretendo xingar você ou dizer que você é incompetente em seu trabalho por causa disso. O mundo já anda muito estranho por causa de intolerâncias religiosas.
ExcluirPaz.
Um abraço para você.
João Paulo Barreto
O desempenho de Joseph Fiennes é excelente, é um homem lutando para acreditar nos fatos, mas sua educação disse que não existe. Ressuscitado/ Risen não é como a paixão de cristo , porque ela trata Jesus como um homem julgado pelo Império Romano, e acabar com a possibilidade de humano e celestial sendo deixada em aberto. Se você ainda não viu, eu recomendo-los agora que vai acontecer na TV.
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