CRÍTICA PUBLICADA ORIGINALMENTE NO JORNAL A TARDE DE 08/09/2017
(It, EUA, 2017) Direção: Andy Muschietti. Com Bill Skarsgård, Jaeden Lieberher, Jeremy Ray Taylor, Sophia Lillis.
João Paulo Barreto
É curioso observar que uma das premissas de It: A Coisa, livro escrito por Stephen King,
resida no fato de que a tal criatura do título renove seu ciclo de terror a
cada vinte e sete anos. Sendo assim, nada mais pertinente que exatos vinte e
sete anos depois do ator Tim Curry, famoso pelo mítico musical Rocky Horror Picture Show, vestir a
fantasia do palhaço Pennywise na minissérie televisiva de 1990, o aterrorizante
personagem ganhe sua versão definitiva na caracterização primorosa do jovem
sueco Bill Skarsgård para a adaptação lançada este ano. E é justamente a essa
construção a quem o filme dirigido pelo argentino Andy Muschietti deve cada um
dos calafrios provocados no espectador durante as pouco mais de duas horas de
projeção. Mas não somente a ela.
A partir de uma respeitosa fidelidade ao material original,
no qual King trazia ao leitor uma análise acerca do rito de passagem entre
infância e adolescência, os traumas e medos comuns a essa transição, além de
abordar diretamente o bullying,
quando, inclusive, ainda não se tinha noção da gravidade em torno dele, o
roteiro escrito por Chase Palmer, Cary Fukunaga e Gary Dauberman alcança um
satisfatório equilíbrio da conversão literária para o cinema. O que, convenhamos,
entre as adaptações oriundas dos livros do escritor do Maine, é um feito que
não costuma ser muito comum, como, inclusive, prova a recente transposição do
épico A Torre Negra para uma versão
fílmica de roteiro inconsistente
Aqui, outro ponto que chama a atenção positivamente no olhar
do diretor hermano é o modo como sua abordagem do terror se insere em opções
bem delineadas entre o sanguinolento (o notável estilo gore) e o terror psicológico. Deste modo, apesar de ser um filme
cujo grupo de protagonistas é composto por quase crianças a enfrentar não
somente a tal figura sádica, mas, também, os próprios traumas, não espere por
um longa que abra mão da violência gráfica e chocante (longe de ser gratuita,
friso). E isso é feito sem a perda de um tom subjetivo ao incutir medo e
reflexão no espectador. Reflexão, inclusive, que se faz presente em temáticas
sérias como pedofilia e abuso paterno, o já citado bullying e a super proteção
materna; já o medo, bem, o medo encontra sua representação plena na sub(in)versão
da presença habitualmente graciosa de um palhaço para um elemento de suspense e
pavor.
A infância colocada à prova |
Como elemento de escape cômico, a adaptação acerta ao
demarcar para o público sua linha temporal oitentista com uma trilha sonora
repleta de representantes pop do período, como a impagável piada com New Kids on the Block, referências
cinematográficas à série A Hora do
Pesadelo e brincadeiras envolvendo símbolos como a atriz Molly Ringwald.
Contando com um grupo conciso de jovens atores, a começar
pelo já citado Skarsgård, a obra de Muschietti tem nesta interação um dos seus
trunfos. Skarsgård, com os olhos que passeiam entre o insano e o bestial, constrói
seu Pennywise em detalhes pequenos, porém, marcantes, como quando, confirmando
sua postura de predador, mira sua vitimas do mesmo modo que um animal o faz com
suas presas.
A indiferença ao pavor, juntamente a um pragmatismo
calculado, é o que causa a derrocada da figura horrenda de It perante o grupo de
“Perdedores”. Em uma rima inversa, diante da obra cinematográfica It, creio que até o mais pragmático e indiferente espectador encontrará seus
momentos de frio na espinha.
* * *
Eu achei um bom filme, obrigado por compartilhar as imagens.A verdade It A Coisa é um dos meus filmes favoritos porque tem um grande elenco e uma história muito interessante. O It filme é baseado na obra de Stephen King. Li faz um tempo, mas acho que terei que ler novamente, para não perder nenhum detalhe. Recomendo o filme. É uma historia que vale a pena ver. É um dos melhores filmes de terror, tem uma boa história, atuações maravilhosas e um bom roteiro.
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