Apollo 18 (EUA, 2011) - Direção: Gonzalo López-Gallego. Com Warren Christie, Lloyd Owen e Ryan Robbins.
Desde 1999, quando A Bruxa de Blair estreou nos cinemas faturando alto nas bilheterias, várias foram as produções que abordaram a ideia de filme ficcional baseado em imagens supostamente reais, como um documentário. Apesar do estilo não soar mais como novidade, algumas obras recentes se apresentam eficazes nessa premissa, como REC, Atividade Paranormal, Cloverfield. Não é o caso deste Apolo 18, lançado em agora em 2011
O filme utiliza como pano de fundo a missão fictícia da nave título, ocorrida em 1972, quando três cosmonautas partiram em direção à lua com a missão de recolher rochas e filmar todos os minutos que passaram na órbita do asteróide. Um deles, John (Robbins), permanece na nave que orbita o satélite natural, enquanto Nate (Owen) e Ben (Christie) descem à superfície lunar em uma cápsula para fazer reconhecimento do local e recolher as amostras.
Abusando do uso de efeitos para simular as condições primárias dos equipamentos de gravação de 39 anos atrás, com imagens sem muita definição, mas com um surpreendentemente (e impossível para as condições da época) espetacular sistema de captação de áudio, o filme apresenta seu perfil documental desde o texto de apresentação, que explica que as imagens foram postadas em um site para, depois, terem sido editadas no modo como o resultado final foi exibido, até os depoimentos dos militares sobre a missão que estão prestes a cumprir. Uma forma nada elegante de pedir pageviews para o tal site, diga-se. Não citarei o site justamente por achar patética a idéia do roteiro.
Deixando de lado as dúvidas sobre a tecnologia dos equipamentos para captação de áudio, a produção tem um trabalho notável ao utilizar o som ambiente de modo a causar no espectador uma tensão crescente, uma vez que já desconfiamos que todo aquele silêncio lunar não pode representar algo positivo. Um ponto positivo nessa abordagem do silêncio como modo de causar desconforto ao espectador, é que o suspense não utiliza o clichê de substituir a ausência de som para barulhos repentinos com a intenção gratuita de assustar. Em determinada cena, os astronautas, que filmam tudo o que vêem, até brincam com isso.
Com referências diretas a Alien, o filme do espanhol Gonzalo López-Gallego (em sua primeira experiência em Hollywood – teria sido melhor esperar mais um pouco pelo roteiro ideal?) apresenta-se eficaz como suspense, construindo um ambiente claustrofóbico que durante toda a projeção vai tornando o cenário cada vez mais sufocante. E falando em Alien, é impossível não lembrar da criatura do filme de Ridley Scott ao observar como os parasitas lunares utilizam o corpo humano para se nutrirem. Prova de que o roteiro de Brian Miller não prima pela originalidade, mesmo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário