quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Viagem 2 - A Ilha Misteriosa

(Journey 2 - The Mysterious Island, EUA, 2011) Direção: Brad Peyton. Com Josh Hutchson, Dwayne Johnson, Michael Caine, Luis Guzmán.


Confesso que ao entrar no cinema para ver um filme de aventura com apelo infantil que tinha como Dwayne Johnson o protagonista, não esperava sair contente ao final da projeção. Quando os créditos subiram, precisei admitir que a produção conseguiu um bom resultado ao mesclar elementos da literatura de Julio Verne (A Ilha Misteriosa, 20 mil léguas submarinas), Jonathan Swift (As Viagens de Gulliver) e Robert Louis Stevenson (A Ilha do Tesouro) em uma história enxuta que, abraçando  a proposta do longa, não insulta a inteligência do espectador.
O filme, continuação da produção de 2008, Viagem ao Centro da Terra, que também contava com a presença de Josh Hutcherson, narra a história do jovem verniano (designação aos leitores fãs de Julio Verne) Sean, que decifra um sinal em código Morse a partir de uma estação meteorológica. Convencido de que a mensagem (que contem referencias às principais obras dos autores citados) vem de seu avô desaparecido, Sean, com a ajuda de seu tutor Hank (Johnson, que também assina como produtor executivo) descobre nela coordenadas escondidas que poderão levá-lo à ilha misteriosa do título e ao avô do garoto, um aventureiro vivido por Michael Caine.
O filme possui na figura sempre carismática de Luiz Guzmán , que interpreta Gabato, o piloto de helicóptero que levará a dupla até o local onde a ilha supostamente estará, sua variação cômica que, após algumas piadas, acaba cansando a paciência do espectador. A ilha, claro, repleta de perigos, segue bem as referências literárias, com os animais grandes que se tornam pequenos e vice e versa. Sendo assim, elefantes que cabem na mão, aranhas imensas, tubarões como peixinhos em aquários e lagartos gigantes (em uma cena chupada de Avatar), passam a compor a rotina dos aventureiros.
Claro que não convém levar muito a sério o perfil investigativo de Hank, que convenientemente como veremos no final do filme, é um ex-fuzileiro naval expert em submarinos. Mas não deixa de ser curioso ver os momentos de humor perpetrados por ele, como a cena da dança do peitoral (!?) ou perceber que a versão de What a Worderful World executada por ele mostra que, pelo menos, o cara tem talento como cantor.
Apesar de seguir a básica estrutura de “fuja do lugar antes que seja tarde demais”, Viagem 2 diverte por suas intenções não muito ambiciosas (o filme tem 90 minutos) e pelas cenas de ação bem construídas, como a já citada fuga do lagarto gigante, as passagens no fundo do mar ou o voo em cima de abelhas gigantes. Nessas cenas, o 3D acaba sendo bastante eficiente, tornando-as ainda mais divertidas.

Ao final, admito que fiquei contente ao notar o gancho para a continuação também baseada em Verne. Se mantiver o mesmo nível de diversão deste, será bem vinda. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário