Confesso que ao entrar no cinema para ver um filme de aventura com apelo infantil que tinha como Dwayne Johnson o protagonista, não esperava sair contente ao final da projeção. Quando os créditos subiram, precisei admitir que a produção conseguiu um bom resultado ao mesclar elementos da literatura de Julio Verne (A Ilha Misteriosa, 20 mil léguas submarinas), Jonathan Swift (As Viagens de Gulliver) e Robert Louis Stevenson (A Ilha do Tesouro) em uma história enxuta que, abraçando a proposta do longa, não insulta a inteligência do espectador.
O filme, continuação da produção de 2008, Viagem ao Centro da Terra, que também contava com a presença de Josh Hutcherson, narra a história do jovem verniano (designação aos leitores fãs de Julio Verne) Sean, que decifra um sinal em código Morse a partir de uma estação meteorológica. Convencido de que a mensagem (que contem referencias às principais obras dos autores citados) vem de seu avô desaparecido, Sean, com a ajuda de seu tutor Hank (Johnson, que também assina como produtor executivo) descobre nela coordenadas escondidas que poderão levá-lo à ilha misteriosa do título e ao avô do garoto, um aventureiro vivido por Michael Caine.
O filme possui na figura sempre carismática de Luiz Guzmán , que interpreta Gabato, o piloto de helicóptero que levará a dupla até o local onde a ilha supostamente estará, sua variação cômica que, após algumas piadas, acaba cansando a paciência do espectador. A ilha, claro, repleta de perigos, segue bem as referências literárias, com os animais grandes que se tornam pequenos e vice e versa. Sendo assim, elefantes que cabem na mão, aranhas imensas, tubarões como peixinhos em aquários e lagartos gigantes (em uma cena chupada de Avatar), passam a compor a rotina dos aventureiros.
Claro que não convém levar muito a sério o perfil investigativo de Hank, que convenientemente como veremos no final do filme, é um ex-fuzileiro naval expert em submarinos. Mas não deixa de ser curioso ver os momentos de humor perpetrados por ele, como a cena da dança do peitoral (!?) ou perceber que a versão de What a Worderful World executada por ele mostra que, pelo menos, o cara tem talento como cantor.
Apesar de seguir a básica estrutura de “fuja do lugar antes que seja tarde demais”, Viagem 2 diverte por suas intenções não muito ambiciosas (o filme tem 90 minutos) e pelas cenas de ação bem construídas, como a já citada fuga do lagarto gigante, as passagens no fundo do mar ou o voo em cima de abelhas gigantes. Nessas cenas, o 3D acaba sendo bastante eficiente, tornando-as ainda mais divertidas.
Ao final, admito que fiquei contente ao notar o gancho para a continuação também baseada em Verne. Se mantiver o mesmo nível de diversão deste, será bem vinda.
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