(sex, lies and videotape, 1989. EUA. Dir.: Steven Soderbergh Com James Spader, Andie MacDowell, Peter Gallagher).
A história de um casamento afogado em aparência, traições e monotonia é contada pelo diretor americano em seu primeiro filme. Um dos precursores da cena independente, Soderbergh soube criar uma narrativa enxuta e de atuações marcantes na qual o relacionamento de um casal preso em uma rotina sem atração mútua e marcado por desconfianças é modificado quando a liberdade feminina sobrepõe a imposição egoísta e machista do marido bígamo. A liberdade através do sexo, que não precisa ser visto como algo sujo, é vista como único caminho para o autoconhecimento dos personagens. Com a perda do puritanismo, vem o conhecimento dos próprios medos e aflições. E, conseqüentemente, a superação dos traumas que foram auto infligidos. É somente quando essa percepção é alcançada que a postura de vítima que Ann (McDowell) adota como perfil é deixada de lado em prol da própria satisfação. Falar sobre sexo em frente a câmera de Graham (Spader), o então impotente amigo do marido a faz exorcizar os próprios demônios. O roteiro apresenta uma proposta pertinente de que a base para qualquer relacionamento é o diálogo e a confiança mútua. Soa como clichê, mas a abordagem do diretor passa longe disso. Nota: 9,0
Nenhum comentário:
Postar um comentário