A entrevista acontece dentro do
cinema que leva o nome de seu pai. Durante um café, converso com Eryk,
filho do cineasta símbolo do cinema brasileiro e baiano, Glauber Rocha. Mas a
conversa não é sobre da lenda de seu pai. Hoje, aos 35 anos, cinco longas
metragens no currículo e prêmios acumulados em diversos festivais, Eryk Rocha já não
precisa mais provar a sua herança do talento cinematográfico. Com filmes que
abordam política, raízes sul-americanas e transformações do ser humano com a
mesma densidade, Rocha é um cineasta cujas obras lançam luz a contextos intrínsecos
ao Homem. Nesse papo, um apanhado da carreira deste jovem cujo mais recente trabalho, Jards, abriu a oitava edição do Panorama
Internacional Coisa de Cinema e contou com sua participação no júri oficial. Em
2011, no mesmo evento, seu Transeunte foi eleito pelo júri jovem o
melhor longa metragem e o ator Fernando Bezerra ganhou uma menção honrosa pelo
seu papel no longa.
Acerca de ciclos documentais,
política, solidão humana e, claro, Jards Macalé, a palavra é de Eryk Rocha.
Eu queria começar o papo resgatando o seu filme anterior. Transeunte possui essa melancolia
escancarada em sua fotografia e ritmo, mas também é uma obra que exibe uma alegria,
um otimismo. Quando você imaginou o filme, esse equilíbrio entre sentimentos já
era sua intenção?
Eryk Rocha – Na dramaturgia do filme, na escrita e na pesquisa, eu
já tinha um fascínio pela possibilidade de revelar a transformação de um homem.
Como é um percurso de uma vida? Como uma pessoa está o tempo todo em transformação?
O ser humano passa por vários estágios nessa transformação. Ele sente o mundo
de várias formas diferentes e está sempre se transformando. Sempre em mutação.
Isso era algo que me atraia. Essa ideia de mostrar, através da poética do
cinema, a transformação de um homem. O filme começa com ele no fundo do poço,
um personagem sem perspectiva ou projeto, vivendo uma transição de vida, uma
solidão bruta. Eu estava interessado em falar do recomeçar desse homem. Ele foi
funcionário público e viveu uma rotina a vida toda. A mulher que amava foi
embora, a mãe morreu. Ao se aposentar, ele passa a viver naquele estado brutal de
solidão. Pouco a pouco, a partir da relação com a cidade que o vai arrastando para
dentro, algo muda. A partir das pequenas coisas da vida, de pequenos trânsitos
de coisas que vão o arrastando, sua vida vai mudando. A música que ele
descobre, as serestas que frequenta, as mulheres que ele vê, tudo. Com a pulsão
da vida que emerge da cidade, no caso o Rio de Janeiro, ele começa a se
transformar. Ele vai vivendo esse processo de transformação, de recomeçar, de
redescobrir os sentidos da própria vida. Isso me fascinava. Mostrar esse
percurso desse homem, do Expedito.
É interessante que o modo como isso acontece não é algo de um momento
para o outro. É gradativo.
Eryk Rocha - Exato. Não é uma coisa, digamos, explicita ou óbvia.
Essa curva ascendente do personagem não é uma coisa maniqueísta ou clichê. Essa
transformação não se dá por um elemento externo, determinante. Um grande
acontecimento, digamos assim. Ele não ganha na loteria ou encontra uma mulher e
se casa, por exemplo. Não é isso. O processo é mais gradativo, mesmo. Não
acontece nada explicitamente claro que o leva a essa transformação. Em geral, essas
mudanças no cinema são apresentadas por questões grandiosas. São sempre grandes
eventos, grandes situações que originam essa quebra do personagem. Como eu
citei antes, ele não fica rico ou se casa. No caso do Transeunte, não. São as pequenas coisas que eu quis mostrar. Os
detalhes da vida. Uma mulher que ele olha; o vento no seu cabelo; o jogo de
futebol que ele ouve no radinho de pilha; a sobrinha que chega para lhe fazer
uma visita no aniversário; a seresta que ele descobre, enfim, pequenos
detalhes. Depois do jogo no Maracanã, por exemplo, que é o momento onde o
personagem vive um êxtase, é quando vemos seu primeiro sorriso. Seu rosto se
transfigura e ele tem uma emoção. E isso o transforma. Até o grand finale, onde ele canta, que é
quase uma explosão. Eu gosto disso no filme. São pequenas coisas que vão
transformando esse homem de forma sutil. Não é nada que acontece, não é um
evento específico, uma coisa marcante. São pequenas coisas que o transformam
gradativamente. Que lhe dão esse recomeçar.
E é curioso como o personagem continua após o final do filme. A última
cena demonstra bem isso, não?
Eryk Rocha - Sim, o filme termina em suspensão. Ele segue
caminhando em uma espécie de túnel, entre duas pilastras. Um amigo me falou
algo curioso. Ele disse que essas pilastras, esse túnel onde ele sai caminhando
no final, lembra a estrutura de concreto do cemitério no início. Eu não tinha
percebido isso. Mas é bem por aí, mesmo. De alguma forma, o personagem vai se
desprendendo do passado, um passado que não o deixava evoluir. Ele vai se
lançando no agora, no presente. Ele se lança no presente da cidade, no presente
da multidão, dos outros transeuntes. Ele se lança no presente da música, no
presente do amor, enfim, no presente da vida. É isso que eu gosto no filme. É
essa coexistência do êxtase com a solidão. Alguém não está triste um dia e de
repente fica feliz por causa de alguma coisa explicita, clara ou racional. A
gente vai se transformando sem saber. Isso é que é o mais fascinante. O ser
humano possui forças que o habitam. E a gente vai sofrendo transformações
subterrâneas na vida. Quando um casamento acaba, por exemplo, isso não acontece
de uma hora para outra. Às vezes, quando uma pessoa morre, isso não acontece de
uma hora para outra. A gente está morrendo sempre. A gente está se apaixonando
ou se afastando sempre. A gente está sempre se magnetizando, se enamorando da
vida de alguma forma. E esses processos são muito subterrâneos, muito
interiores. Isso que me fascina nesse personagem. Isso tudo no corpo de um
homem mais velho. Eu gosto deste rejuvenescer afetando o corpo de um homem
idoso. É um recomeçar nesse momento da vida.
Você possui ampla experiência no cinema documental e consegue migrar
muito bem para a ficção. Como se dá esse processo criativo diferenciado?
Eryk Rocha - Para mim, o cinema é o cinema. Eu gosto do cinema como
invenção, como uma possibilidade de me aproximar de mim mesmo e do mundo. Tanto
do meu mundo interior quanto das pessoas. O cinema, para mim, é um pretexto para
encontrar, para criar encontros. O cinema é, também, uma forma de tentar
entender o que eu penso do mundo. Eu faço um filme para descobrir o que ele é. Eu não faço uma coisa a priori para comprovar nada. Eu não acredito na ditadura
do roteiro. Eu não fico refém dela. Eu acho que o roteiro é um ponto de partida
importante, mas tudo acaba se transformando. A gente está sempre inventando e
reinventando as coisas, cada processo, cada etapa. Então, nesse sentido, o
documentário ou a ficção, para mim, são apenas formas, caminhos, veículos. O
cinema transcende gêneros. O mais importante é a poética que explode na tela.
Imagem e som que explodem (risos). Seja documentário, seja ficção, híbridos,
musical... Agora, claro, há procedimentos, signos que fazem parte da história
do cinema documentário, e outros que já fazem parte do cinema de ficção. Essa
diferenciação existe. Na história do cinema, criaram-se convenções sobre essas
diferenças.
Como você caracteriza essa relação do seu cinema entre o documentário e
a ficção?
Eryk Rocha - Eu acho que todo filme é de ficção, de alguma forma. É
sempre a relação de alguém com o mundo que estabelece a linguagem e de onde ela
nasce. É um recorte, é uma relação precária com o mundo. É uma relação
fabulada, inventada. Também, ao mesmo tempo, todo filme é documentário, uma vez
que ele representa um testemunho de um momento. É um momento onde nasce aquela
memória, aquela expressão. Aquele espaço-tempo. Aquele agora. Ele tem um
aspecto documental. O meu cinema, minha trilogia de documentários trabalha com
um imaginário, um aspecto poético, uma realidade “ficcionalizada”. Não me
interessa abordar o tema de uma forma direta ou cartesiana. O importante é
descobrir o imaginário de determinados temas, no caso o documentário. São
filmes ligados ao imaginário. O Transeunte, por exemplo, que seria uma
ficção, acaba sendo constantemente oxigenado pela linguagem documental. É uma
dramaturgia da rua. É um cinema de rua, mesmo. Talvez o Jards quebre um pouco isso. Eu acho que o Jards já é uma outra experiência. Refletindo agora sobre isso, eu
acho que ele não está tão vinculado a essa ideia de cinema de rua. Todos os
meus outros filmes estão. Rocha que Voa,
Intervalo Cladestino, Pachamama, Transeunte, todos eles possuem essa
relação com cinema de rua, documental.
Eryk Rocha – A política está em crise. O que o Intervalo Clandestino mostrava, quando eu filmei entre 2004 e 2006,
hoje está aprofundado. A política institucional está em crise. A gente tem uma
esquerda que precisa se reinventar. De alguma forma, repensar muitas coisas. [No
Brasil], existe uma ideia totalitária de desenvolvimento que é baseada em uma
economia de consumo. Um ideário de um país de classe média. Esse é o ideário
dessa esquerda. Um país de consumo, que está crescendo economicamente, que é um
ator importante no cenário mundial. Um país que está na moda. Uma ideia de
inclusão social, de expansão da classe média. Enfim, toda uma política baseada
na economia. Isso é um pensamento de esquerda ou de direita? No caso da
esquerda, a grande crise está aí. Porque eu me considero um homem de esquerda,
ainda. Aí está a crise da esquerda, pois ela ainda não entendeu o papel
estrutural que tem a educação e a cultura em qualquer sociedade contemporânea.
A grande revolução hoje, no século XXI, o que infelizmente o Estado brasileiro
não percebe, nem a esquerda nem a direita, está na questão da educação e da
cultura aliada com a tecnologia. É dali que vem a revolução. Não é mais uma
questão ideológica. Essa, sim, é a verdadeira revolução. A que pode transformar
algo. Os países que forem capazes de perceber isso vão conseguir se reinventar
no século XXI.
No filme, há um contraste de declarações entre políticos e eleitores.
Hoje, já no terceiro mandato do PT na presidência, como você avalia essa
administração?
Eryk Rocha - O governo do Lula e da Dilma avançou em muitas
questões importantes, afinal, o Brasil hoje é outro. O país deu um salto
indiscutível de desenvolvimento, a grande dívida é ainda não terem entendido o
papel da educação básica. No governo da Dilma, houve um retrocesso muito grande
em relação ao do Lula. Se desmontou todo um projeto que estava começando a se
erguer com o Lula, o que, talvez, tenha sido o que mais de interessante havia
no projeto de governo dele. Era um projeto orientado pelo [ministro Gilberto]
Gil, quando, pela primeira vez, o Brasil teve um pensamento voltado para a
cultura. E isso foi desmontado. E a gente agora não sabe o que vai acontecer.
Para mim, esse é o pilar de um país. É algo essencial, a base de tudo. Em
qualquer esfera, seja ela municipal, estadual ou federal. Estamos em um momento
de incerteza e total incógnita. O governo do Lula trouxe um avanço na questão
das universidades com as cotas, o que foi importante. Mas, e a educação de
base? É uma tragédia aqui no Brasil. Em todas as esferas, falta projeto para a
base. Falta um verdadeiro projeto de país. É preciso integrar no projeto de
país a questão da educação, cultura e tecnologia. Isso ainda não foi feito de
uma forma séria, sólida, de uma forma criativa, radical em termos de orçamento,
em termos de projeto prioritário. Sem isso, nosso futuro é cinza. É uma nuvem.
Sem isso, o Brasil vive de fachada. De
turismo, de fachada e de folclore. É a questão, por exemplo, da cidade onde eu
moro, o Rio de Janeiro. Hoje, o Rio é um balneário das Olimpíadas, da Copa do
Mundo, das UPP (Unidade de Polícia Pacificadora), e tudo para fachada. Claro
que a UPP é importante, mas ela, isoladamente, sem um projeto de educação e de cultura,
de base estrutural, vai ficar como uma fachada de marketing para o resto do
mundo e para elite. Ela não integra o povo brasileiro, a multidão, como um
projeto para o país, algo que em paralelo proponha acesso à educação, à
informação, à cultura, à arte. Então, a gente vai viver essa questão como uma
encruzilhada. Uma ilusão de desenvolvimento, de crescimento como país, um
espetáculo midiático. Claro, os projetos sociais do Lula e da Dilma, como o
Bolsa Família e as cotas, representaram avanços. Mas como que esses projetos
vão resistir e se potencializar para um alcance expressivo se você não tem um
outro movimento simultâneo para dar uma base, para mexer nas raízes do
problema? É preciso formar as pessoas, não apenas informar. A educação deve ser
integrada à arte, à cultura, à tecnologia, eu repito.
Seus dois filmes, o Intervalo
Clandestino e o Pachamama, rimam
nessa questão, já que o Lula e o PT sempre tiveram uma relação próxima com os
governos da America Latina. Essa rima foi intencional?
Eryk Rocha - É uma trilogia. Junto com esses dois e o Rocha que Voa, acaba-se criando essa
rima. É uma trilogia não programada para mim. Logo após a conclusão do Pachamama, retornando para o Brasil após
essa travessia de um mês pela America do Sul, eu estava montando o filme em
minha mente. Foi quando eu conclui que ele fechava uma trilogia permeada pelas
vozes da multidão, pelas vozes do anônimo brasileiro e latino americano. Mas
sob uma perspectiva focada na coletividade. No Rocha que Voa são essas vozes que falam. Os anônimos e os cineastas
cubanos em Havana que falam de meu pai, que falam do cinema latino americano
naquela época. São vozes coletivas que rememoram aquela fase de meu pai em
Cuba, nos anos 1970. Já Intervalo
Clandestino, essas vozes estão no centro do Rio, falando não de cinema, mas
de política. Aliás, eu estou com muita vontade de rever esse filme com o atual
contexto brasileiro. São as vozes da multidão. É o teatro da realidade. São
vozes se derramando, explodindo. A multidão atravessa. E, fechando, as vozes do
Pachamama, que são as da travessia. Dos
povos da America do Sul. Povos indígenas, amazônicos, incas, etc. O Rocha que Voa é aquele que fala mais de
uma coisa onírica, de um sonho de uma geração. Fala mais de um imaginário. O Intervalo Clandestino trata acerca de
política de uma forma mais crua, direta. E o Pachamama fala da terra, da ancestralidade. Dessa cultura milenar
inca. Como que elas são capazes de reinventar a política. É o caso do Evo Morales,
por exemplo. É o caso dessas lideranças populares indígenas que estão sendo
incorporadas no processo político da America Latina. No caso, o ápice disso é a
Bolívia, que está vivendo uma revolução cultural com toda essa reconexão com
suas origens ancestrais. Que está
incluindo em sua política toda essa filosofia ancestral e isso está irradiando
e sendo munição fundamental para reinventar esse novo paradigma da política sul-americana. E o Transeunte
sai dessa coisa do coletivo e vai para o individual. Ele sai da multidão e
vai para o lírico.
A cena em que o (músico e poeta) Lirinha declama os versos de “Nós
vamos te amar do jeito que você é” remete a isso que você fala.
Eryk Rocha - Sim, exato. É o foco passado da multidão para o
Expedito. Sai do geral e vai para o individuo. Para o corpo desse homem. No
meio da multidão retratada nos três filmes anteriores, eu quis focar o corpo
desse homem.
Quando você teve a ideia de filmar as gravações do Jards, a sua intenção era fazer um filme de fã com o propósito de
apresentá-lo para uma geração atual?
Eryk Rocha - Rapaz, tudo surgiu de um convite do próprio Jards
Macalé. Ele me convidou para fazer o filme. Eu sou um grande admirador de sua
obra. Acabou que ele viu alguns filmes meus e, em uma conversa, ele me falou
que queria fazer um filme que mostrasse a sua música. E a ideia nasceu desse
encontro. A intenção era fazer um longa sobre o processo de criação dele. E o
encontro acabou sendo um encontro de afeto. Eu tenho uma admiração muito grande
pela obra dele. Eu tinha uma vontade de atravessar o processo de criação de um
artista tão potente e singular como o Jards Macalé. Nesse filme, eu quis propor um encontro entre
o cinema e a música. Um longa que não fosse sobre o Jards, mas fluísse através
de seu processo de criação. A pergunta era: que território poético pode gerar
esse encontro do cinema com a música? O que pode nascer desse amálgama, dessa
confusão, dessa simbiose? Qual campo poético pode nascer disso? O foco foi
esse. Tentar trazer esses estados de revelação da alma de um artista.
De fato, o filme foge um pouco do aspecto convencional de
cinebiografia.
Eryk Rocha - Eu acho que posso dizer que é uma biografia da alma. Para mim, não é uma biografia convencional ou
historicista. Não me interessavam os depoimentos ou a estrutura de uma
biografia convencional. O que me interessava era atravessar a alma daquele
artista com o cinema. Como que o cinema podia atravessar a música e vice versa.
Como um iria afetar o outro. É um filme de encontros. Um poema musical. A
intenção era construir uma dança entre o cinema e a música. A equipe de cinema
se mistura com os músicos que estão naquele estúdio e se cria uma grande encenação,
como em um teatro. E a câmera se converte em um instrumento musical e este se
converte em uma câmera. Um encosta no outro. O filme nasce disso. Dessa dança.
E, claro, de uma grande sintonia com o Jards. Uma confiança. Uma cumplicidade
entre nós. Por isso que eu afirmo que o filme nasce desse encontro porque (gesticulando para indicar a distância) a
câmera estava aqui no rosto dele. Havia essa proximidade, essa cumplicidade. E,
além de tudo isso, o filme é um desmistificação. Eu acho que é uma desmistificação
do que é a obra de um artista. Muitos documentários musicais têm uma tendência de
idealizar um pouco o processo de criação. Em geral, mostram a música pronta,
finalizada, todo mundo tocando. Começo, meio e fim de cada música, muitas vezes
em um show. Eu quis mostrar o contra campo desse processo de criação. Aquilo
que não se vê. Ele erra, ele improvisa, ele repente, inventa, brinca. É um ser
humano que está ali. Não é o artista da forma idealizada com tudo pronto. Não é
aquela forma egocêntrica que o mitifica. Não! É só um homem. Eu quis trazer
isso. Eu queria que o filme fosse compreendido em qualquer lugar do mundo. As
pessoas não têm que saber quem é o Jards Macalé sob uma perspectiva icônica. Elas
só precisam saber quem é esse homem, quem é esse artista, esse músico. Como é o
processo de criação dele? Como é a relação dele com a música? No filme, eu acho
que co-existe essa coisa do Transeunte. Porque
a gente fala desse transe, desse cotidiano, desse sonho.
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Ainda não vi JARDS, mas gosto da relação natural dada por Rocha entre documento e narrativa. Transeunte é um belo filme.
ResponderExcluirAbs